Mário e Bete são um casal como tantos outros. Vivem numa cidade grande, têm dois filhos adolescentes, trabalham muito, não têm tempo para tudo que gostariam de fazer e experimentam alegrias e desavenças no lar. Eles amam um ao outro e amam os filhos, por certo – mas o sentimento não é um antídoto contra os problemas da vida. E Mário e Bete, claro, têm lá suas rusgas. É difícil não se identificar com eles – são gente como a gente, com se costuma dizer. Os dois personagens, e muitos outros, são a base da narrativa de Família S/A – O desafio de construir uma família estruturada.
Escrito por Josué Campanhã a partir de muitas de suas experiências familiares, o livro não é um simples depoimento do que acontece entre quatro paredes. Vai muito além disso, e compara a entidade familiar a uma empresa de sociedade anônima, onde todos os integrantes são proprietários e auferem conjuntamente dos dividendos e prejuízos. É o caso de Mário e Bete: suas decisões sobre administração do tempo e dos recursos, prioridades e criação dos filhos são como setas num gráfico, aferindo a situação do empreendimento – ou melhor, da família.
Fiel ao seu estilo prático, o autor, já na abertura, fornece os “Dez mandamentos dos objetivos familiares” que vão nortear o livro. Pode ser estranho, à primeira vista, tratar da família desse jeito, como se fosse uma corporação. Contudo, convém lembrar que, numa família, cada “sócio” tem um papel a desempenhar e que as diretrizes estabelecidas precisam levar em conta as expectativas e necessidades de seus membros. “Toda família possui valores”, diz o autor. “Eles podem não estar escritos num documento, mas, quando as situações surgem, são os valores que levam as famílias a tomar certas posturas.” A harmonia, a paz, a fé e o equilíbrio financeiro e emocional são as metas a serem alcançadas neste sublime empreendimento chamado família.